“A gente saiu gritando por socorro e eles [policiais penais] saíram correndo. Não foram capazes de prestar socorro para a gente. Gritei: ‘Socorre meu filho pelo amor de Deus'”, contou a faxineira Verônica Quirino de Oliveira, mãe de Hermes Júnior de Oliveira, de 26 anos, que morreu baleado dentro de carro por policiais penais

Caso ocorreu na noite de terça-feira (22), na região do presídio de Aparecida de Goiânia. A Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) abriu procedimento para afastar os policiais envolvidos.

Para a família, fica a angústia e revolta com a abordagem dos policiais penais, que não teriam se identificado e chegaram atirando, contou Verônica ao G1 Goiás.

Entenda o caso

Hermes Júnior de Oliveira estava acompanhado de seu pai e mãe. Após guardar um caminhão, a família entrou no carro do filho e seguiu em direção a sua casa.

Hermes José Oliveira, pai do jovem, contou que ao sair do local, um policial penal gritou: ‘Para, senão eu atiro’. E, em seguida, começou a atirar em direção ao carro, sem ao menos a família poder se defender. Um tiro acertou Hermes Júnior.

Ao ver o filho baleado, o homem segurou o volante do veículo e puxou o freio de mão. Apesar da situação desesperadora, os policiais penais não pararam para dar qualquer socorro, segundo Hermes José.

A vítima foi levada para o Cais Chácara do Governador, mas já chegou morto no hospital.

O que diz DGAP

A Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) disse que momentos antes do ocorrido, os policiais penais tentaram evitar o lançamento de itens proibidos dentro do presídio de Aparecida e entraram em confronto com um carro de cor escura e com cerca de três ocupantes, mas os criminosos fugiram.

A DGAP disse ainda que os agentes confundiram o carro da vítima com o de bandidos que teriam atirado contra outra equipe de policiais na mesma região, quando começaram a seguir o veículo da família.

“Neste momento foi realizada tentativa de abordagem em via nos fundos das unidades prisionais, área de segurança e monitoramento da Polícia Penal, o motorista não atendeu a voz de parada e acelerou com o objetivo de evadir do local”, diz a nota.

Leia abaixo a nota da DGAP

A respeito da ocorrência envolvendo policiais penais, a Secretaria de Estado da Segurança Pública informa:

– A Diretoria-Geral de Administração Penitenciária está instaurando Procedimento Disciplinar Administrativo, por meio da Corregedoria da Instituição, para afastamento dos policiais penais envolvidos enquanto o caso esteja sendo apurado;

– A DGAP informa que, imediatamente após a ocorrência, os servidores se apresentaram espontaneamente e entregaram as armas na Central de Flagrantes de Aparecida de Goiânia.

– A Direção Geral da Polícia Civil informa que foi instaurado inquérito para apuração dos fatos. O Grupo de Investigação de Homicídios de Aparecida de Goiânia está responsável pelo caso, visto que é a unidade que possui atribuição para tal.

– A DGAP ressalta que está contribuindo com as investigações, de forma a fornecer todas as informações necessárias à Polícia Civil.

– A Secretaria de Estado da Segurança Pública destaca, por fim, que todas as medidas necessárias para a justa elucidação do fato já estão sendo tomadas, tanto administrativamente, quando criminalmente. Havendo a comprovação de qualquer dos tipos de transgressão, haverá punição com o rigor da lei.

*Com informações de G1

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