É comum vídeos, quase sempre produzidos a partir de celulares, com registros de abordagens ou ações policiais. Em muitos casos, por medo de represálias, as gravações ocorrem às escondidas. Contudo, em acordo inédito em Goiás, a Polícia Militar (PM) assinou documento que altera o Procedimento Operacional Padrão (POP) e permite que qualquer abordagem seja filmada por testemunhas, sem impedimento por parte de agentes.

A decisão foi firmada, nesta terça-feira (22), e garante que todo cidadão, que esteja a distância segura estabelecida de cinco metros da abordagem, possa registrar em vídeos a ação policial, incluindo advogados e os próprios policiais.

Em entrevista ao jornal O Popular, o presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Rafael Lara, afirmou que o acordo tem como objetivo de cultivar o respeito à cidadania, e ressalta o direito dos advogados poderem filmar.

O acordo ganhou força e foi efetivado após o advogado Orcélio Ferreira Júnior ser agredido por policiais militares ao tentar filmar uma abordagem a um “flanelinha”, em Goiânia, no dia 21 de julho do ano passado. A atitude irregular da polícia contra Orcélio foi documentada por uma advogada.

Rafael Lara pontua que casos como do advogado agredido e em outras abordagens do cotidiano, a classe de profissionais não vinha sendo respeitada.

“Aquela história de policiais dizerem que não podem filmar ou tomar o celular de testemunhas não vai existir mais”, destacou Lara.

*Com informações de O Popular

Leia mais: Operação da Polícia Civil mira sonegação de impostos em vendas de veículos de luxo