Depois de três meses de deflação o preço da cesta básica voltou a subir. O aumento aconteceu, principalmente, pela batata. O alimentou ficou quase 30% mais caro. Para poder pagar os alimentos essenciais, quem recebe um salário mínimo deixa quase metade do pagamento no supermercado.

Raimundo, por exemplo, tem um restaurante. Por isso, frequenta o mercado quase todos os dias. “Está acima do absurdo. Cada vez gasto mais. E eu, particularmente, compro hoje, vendo amanhã, para comprar de novo no dia seguinte”, conta o empresário.

Já Maria Aparecida Tolentino, aposentada, se viu precisando trocar o pão francês pela tapioca. “É difícil de substituir o pão. Faz falta”, lamenta.

Em outubro os preços dispararam. A cesta básica aumentou em 12 das 17 capitais brasileiras onde o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) faz a pesquisa. No acumulado do ano de 2022, os alimentos básicos ficaram 13,% mais caros em Goiânia. Esse é o segundo maior resultado do país.

Na capital de Goiás, a cesta básica está custando R$ 675,79. É a nona mais cara entre as capitais pesquisadas. Assim, quem ganha um salário mínimo precisa trabalhar 122 horas e 40 minutos – três semanas – para conseguir adquirir os alimentos básicos, de acordo com o Dieese.

A batata subiu quase 30% em outubro. Já o feijão carioquinha subiu quase 28% em um ano. A supervisora do Dieese, Leila Brito, explica que o aumento nessa época final do ano é em decorrência da sazonalidade. Alguns alimentos, como o tomate e a batata, reduzem a oferta no mercado por estarem fora de época.

Além dos preços de alimentos e produtos básicos, a população ainda usar uma parcela de seu dinheiro com as contas de casa. ‘Tem água, tem luz, tem aluguel para apagar. É ainda mais difícil”, reforça a funcionária pública Divina Marques. “Tem que pular, sapatear para dar certo”, brinca Divina.

Sobre a falta de dinheiro para garantir o essencial, Seu Roberto conclui: “falta dinheiro, sobra mês”.

*Com informações deTV Anhanguera/g1

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