Ministério da Saúde informou que deve encaminhar uma nota técnica à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) solicitando a autorização dos autotestes para Covid-19 no Brasil ainda nesta semana. Nesta quarta-feira (12), o ministro Marcelo Queiroga falou sobre a necessidade de garantir que os diagnósticos positivos da doença sejam informados às autoridades sanitárias, a fim de cumprir com a notificação compulsória. 

“O autoteste, desde que a farmácia que venda apoie os que compram na realização do teste e que sejam informados os casos positivos ao Ministério da Saúde, é uma iniciativa que pode se somar ao esforço do Ministério da Saúde e do poder público, de uma maneira geral”, avaliou Queiroga. 

Na última sexta-feira (7), a Anvisa emitiu um comunicado afirmando que, para a implantação de autotestes de Covid no Brasil, será necessário que o governo federal crie uma nova política pública a fim de viabilizar o conhecimento sobre a prática. A agência diz que os sistemas de saúde também devem estar preparados para acolher usuários que tenham realizado autotestes, bem como estabelecer os mecanismos para assegurar a notificação compulsória e permitir as ações estratégicas de controle da disseminação do vírus.

Mesmo sem o aval da Anvisa, o ministro disse não ver problema em brasileiros que adquiriram testes de fora do país realizarem os exames. “Se trouxe, pode testar. Tem orientações e não é complexo. Mas o que precisamos é de uma política para que se faça isso de forma sincronizada e que possa ser útil do ponto de vista de saúde pública”, ponderou. 

Testes e leitos

Queiroga reconheceu o desafio de implementar a política de testagem em massa em meio aos aumentos de casos em razão da variante Ômicron. Dados do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) divulgados na terça (11) mostram que o Brasil registrou 70.765 novos casos de Covid-19, mais que o dobro das atualizações do dia anterior, quando 34.788 casos foram relatados. 

Diante da demanda, Queiroga disse que ampliar o número de testes é uma das frentes de trabalho do Ministério da Saúde. A pasta espera distribuir 28 milhões de testes rápidos em janeiro e outros 13 milhões em fevereiro, com previsão de aquisição de mais 7,8 milhões de exames para os próximos meses. 

“A principal ação, sem dúvida, é a campanha de vacinação”, completou, fazendo um alerta sobretudo para a região Norte, que tem o maior índice de pessoas que não completaram o esquema vacinal. 

Apesar do aumento de casos de Covid-19 no início de 2022, o ministro afirmou que os hospitais e unidades de saúde ainda não sofrem pressão. “Consequentemente o número de óbitos ainda está em um patamar aceitável. Se é que se pode aceitar óbito.”

Caso seja preciso aumentar a oferta de leitos, Queiroga contou que o assunto já foi tratado com o Ministério da Economia. “Nós trabalhamos com o ministro Paulo Guedes em um cenário de possível maior pressão sobre o sistema hospitalar, onde, por exemplo, tenhamos que habilitar novamente leitos de terapia intensiva. Então, se isso ocorrer, o que eu espero que não aconteça, nós estaremos preparados para não faltar suporte para os estados e para os municípios.”

*Com informações de R7

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