Doença rara mata menino de 10 anos enquanto brincava
Nicolas Rafael era um menino de apenas 10 anos teve um mal súbito enquanto brincava com amigos em Cubatão, interior de São Paulo, o garoto tinha uma doença rara denominada miocardiopatia hipertrófica assimétrica e que gera sintomas como falta de ar, desmaios e dor no peito. O cardiologista Luiz Cláudio Behrmann Martins, especialista em arritmia cardíaca da Santa Casa de Santos, afirmou que a doença só foi diagnosticada após a morte do garoto, porque esta miocardiopatia pode se desenvolver de forma silenciosa.
A doença é considerada rara, pois a incidência anual da doença é de 0,3 a 0,5 casos a cada 100 mil crianças. O menino passou mal enquanto brincava e desmaiou. A família o levou para o Pronto Socorro Infantil de Cubatão e chegou no local pouco antes da meia-noite. Mas ás 00h50, a morte do menino foi confirmada.
O cardiologista Luiz Cláudio Behrmann Martins afirma que a doença é caracterizada pela hipertrofia (crescimento) da região septal do coração, além de alguns casos ocorrer a dilatação dos ventrículos – câmaras do coração que bombeiam sangue para a circulação sistémica (no caso do ventrículo esquerdo) e para a circulação pulmonar (ventrículo direito).
“Na verdade, afeta a região do septo, que é a parte que divide as cavidades do coração. É a região septal do músculo que cresce, e isso pode obstruir o fluxo de saída do ventrículo esquerdo, que é o que faz desenvolver os sintomas relacionados a insuficiência cardíaca no paciente”, disse.
Tratamento
O cardiologista destacou a importância de procurar atendimento especializado caso a pessoa sinta algum sintoma como falta de ar, desmaios e dor no peito. Mesmo que não sinta, a recomendação, afirmou ele, é fazer periodicamente eletrocardiograma. Em caso da prática de exercícios físicos, é importante fazer antes um raio-x do tórax e o teste ergométrico nas pessoas com mais de 35 anos, alertou o médico.
Segundo o especialista, caso a criança tivesse sobrevivido a parada cardíaca, ela provavelmente teria de colocar o Cardioversor Desfibrilador Implantável (CDI), e usá-lo durante a vida toda na região submuscular torácica esquerda. O aparelho é um marca passo com o objetivo de reverter a arritmia ventricular da doença.
“O ecofetal pode dizer se a criança já nasce com a doença, mas há possibilidade da pessoa desenvolvê-la só mais velha, o que será identificado pelo eletrocardiograma e o ecocardiograma”, destacou Behrmann.