Quatro deputados federais goianos que votaram contra o aumento do fundo eleitoral em 2021 têm suas campanhas financiadas pelo recurso. Esse dado é de um levantamento feito pelo O Popular, com informações dadas pelas próprias equipes dos candidatos ao Tribunal Superior Eleitoral.

Ao todo, Major Vitor Hugo (PL), Zacharias Calil (UB), José Neto (Podemos) e Flávia Morais (PDT) somaram, até segunda-feira (12) R$ 11,3 milhões do fundo eleitoral. O número representa 98,6% de todas as suas receitas de campanha.

Os quatro votaram para manter o veto do atual presidente Jair Bolsonaro (PL) à proposta que aumentou para R$ 4,9 bilhões o montante de recursos do fundo eleitoral. A votação ocorreu em 17 de dezembro de 2021. No dia, o veto foi derrubado – o governo federal defendia u fundo pouco maior que R$ 2 bilhões.

Levantamento do jornal O Estado de S. Paulo mostra que esses 124 parlamentares, que disputam algum cargo em 2022, já aceitaram receber R$ 118 milhões do fundo. Caso quisessem, os candidatos poderiam financiar suas campanhas apenas com recursos de doações por pessoas físicas, seja por doação direta ou financiamento coletivo.

O fundo é distribuído ao partidos com base no tamanho de suas bancadas na Câmara dos Deputados. Este é o mesmo critério utilizado para distribuição do fundo partidário. A distribuição é feita pelo tesouro nacional aos diretórios nacionais da sigla.

Contudo, mesmo recebendo o dinheiro em conta, os partidos não são obrigados a usá-lo. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no caso de haver recursos do fundo eleitoral não utilizados, eles deverão ser devolvidos à conta do Tesouro.

Dono da maior fatia de dinheiro do fundo eleitoral entre todos os candidatos de Goiás, Major Vitor Hugo (PL) foi às redes sociais no dia da votação do veto para divulgar seu voto contrário ao aumento. Agora candidato a governador, ele recebeu R$ 7 milhões, o que é mais que a soma do que todos os outros candidatos detêm deste tipo de recurso.

O deputado federal José Mário Schreiner (UB) também votou pela manutenção do veto, mas não é candidato em 2022. Dos 17 deputados da bancada, 11 votaram pela derrubada do veto, ou seja, pela liberação do aumento do fundo. Célio SIlveira (MDB) foi o único que não votou.

Os goianos compões um grupo de 124 deputados e senadores – de um total de 167 – no país que votaram contra o aumento do fundo eleitoral e fazem uso dele em sua campanha em 2022. Muitos deles fizeram discursos enfáticos contra a quantidade de recursos públicos para o financiamento eleitoral.

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* Com informações de O Popular