A Polícia Científica encontrou materiais biológicos em frente a casa do ajudante de pedreiro Reidimar Silva, 31 anos, suspeito de matar Luana Marcelo Alves, de 12 anos, que sumiu após ir à padaria, em Goiânia, e investiga se são partes do corpo dela, segundo o gerente de criminalística Olegário Augusto. O corpo da menina foi achado, nesta terça-feira (29), enterrado no quintal da casa do suspeito, que foi preso e confessou o crime.

“O corpo estava parcialmente carbonizado e as peritas encontraram alguns fragmentos em outros lugares, que são compatíveis com os materiais biológicos. Nós não podemos afirmar que se trata de fragmentos do mesmo corpo, então, os materiais biológicos passará por exames”, disse o gerente.

Até a última atualização desta reportagem, não foi possível obter contato com a defesa de Reidimar Silva, de 31 anos, para que se posicione.

Os materiais biológicos foram achados no mato, em frente à casa do suspeito, e foram encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML) para serem identificados. Outros objetos também serão analisados, entre eles, um freezer, que estava parcialmente carbonizado, bem ao lado do portão da residência (veja foto abaixo). À polícia, o Reidimar admitiu que utilizou o objeto para queimar o corpo da vítima.

Polícia verifica se freezer parcialmente carbonizado ao lado da casa do suspeito tem relação com crime — Foto: Danielle Oliveira/g1

Na noite desta terça-feira, a polícia deve realizar uma perícia, popularmente chamada pelos profissionais de “luminol”. De acordo com Olegário, esse procedimento serve para ver se existe vestígio de sangue no local. O processo só pode ser feito à noite, pois o material utilizado “brilha”.

“Por ser um exame que usa quimioluminescência, ele tem que ser feito durante à noite, porque a luz do dia atrapalha a visualização da reação química, que faz brilhar. Esse brilho é tênue, então, se for feito de dia, a gente não consegue visualizar”, explicou.

Reidimar Silva (à direita), suspeito de matar Luana Marcelo Alves (à direita), de 12 anos, em Goiânia, Goiás — Foto: Montagem/g1 e Reprodução/TV Anhanguera

Tentativa de estupro e morte

O ajudante de pedreiro também confessou à Polícia Civil que tentou estuprar a vítima antes de matá-la. Conforme a delegada Caroline Borges Braga, Reidimar contou que, na noite anterior ao crime, havia consumido álcool e usado cocaína, e por não conseguir dormir, decidiu sair de carro. Foi quando encontrou Luana, na manhã de domingo (27), dia que ela foi considerada desaparecida pela família.

“A partir do momento que ele relatou que tinha ingerido bebida alcoólica a noite toda, bem como fez uso de substância entorpecente, foi um dos nossos indícios de perceber que ele estava fora de si e que teria sido o provável autor do homicídio”, disse a delegada.

No domingo, Luana desapareceu após sair de casa para ir a uma padaria. Vídeos de câmeras de segurança mostram quando a garota passa por uma rua e, depois, volta com uma sacola na mão. Segundo a polícia, o suspeito confessou que convenceu a menina de entrar no carro dele dizendo que devia dinheiro para a mãe dela e que passaria a quantia.

Ainda segundo a polícia, Reidimar levou Luana para a casa dele, onde tentou estuprá-la. A polícia informou que chegou a constatar que ele tinha marcas de unhada no rosto e nos braços, feitos supostamente pela menina, durante uma tentativa de fugir dele.

Reidimar confessou aos policiais que matou Luana por enforcamento (assista acima). Depois da morte, ele contou à PC que usou madeira e isopor para colocar fogo no corpo e enterrou a menina no quintal de casa, usando cimento, o que dificultou até mesmo que os cães farejadores descobrissem o corpo no local.

Desaparecimento

A menina sumiu na manhã do último domingo (27), no setor Madre Germana 2, após sair para ir a uma padaria perto de casa. A diarista Jheiny Hellen, de 31 anos, contou que a filha foi ao estabelecimento com R$ 10. Segundo a mãe, Luana nunca saiu de casa sem avisar e não passava por problemas pessoais ou de saúde.

A Polícia Civil iniciou a investigação na segunda-feira (28) e um suspeito do caso foi ouvido na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). O carro dele foi enviado para o Instituto de Criminalística, na capital, para ser periciado.

Imagens de câmera de segurança mostraram Luana indo e em seguida voltando da padaria com uma sacola na mão. Quando a adolescente entrou na rua de casa, o circuito de monitoramento não filmou e ela não foi mais vista.

*com informações de G1

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