O juiz eleitoral Wilton Muller Salomão solicitou a suspensão da venda e a propaganda da “picanha mito”  que estava sendo comercializada no valor de R$ 22 o quilo, anunciada pelo Frigorífico Goiás, em Goiânia. A decisão ainda determinou multa de R$ 10 mil por hora em que a promoção ficar publicada no ar. Centenas de pessoas fizeram tumulto no local e quebraram as portas de vidro do comércio.

A propaganda usa a imagem do presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL). Antes da promoção feita exclusivamente para este domingo de eleição, segundo o próprio frigorífico, o pacote da carne custava cerca de R$ 129,99. O anúncio destacou que a promoção só é válida para quem estiver usando a camisa do Brasil.

“A venda de carne nobre em preço manifestamente inferior ao praticado no mercado, no valor de R$ 22, revela indícios suficientes para caracterizar, em sede de um juízo não exauriente, conduta possivelmente abusiva do poder econômico em detrimento da legitimidade e isonomia do processo eleitoral”, escreveu o magistrado.

“Domingão dia 2 de Outubro, picanha mito R$22 reais kg limite de duas peças por cliente. Promoção válida para unidades de Goiânia, e para quem estiver com a camiseta do Brasil 🇧🇷. Marque aqui seu amigo que ama uma Picanha Gordinha 😋”, descreve a postagem.

Um especialista em justiça eleitoral, que não quis se identificar, informou que o desconto de mais de R$ 100 no kg de picanha pode ser configurado como um “incentivo” ao eleitor votar em Bolsonaro.

“Pode ser um elemento para incentivar o voto. Claro que deve ser analisado, mas pode ser configurado crime de corrupção eleitoral”, disse o especialista.

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*Com informações do G1