O humorista André Marinho utilizou suas redes sociais, ontem, 04 de novembro, para explicar sobre sua saída da empresa Jovem Pan. Em um vídeo postado no Instagram, Marinho detalhou sua trajetória no veículo e expressou gratidão ao programa Pânico e a Emílio Surita. Ele também contou que chegou à empresa como estudante e conquistou respeito como humorista, apesar de ter sido um processo acompanhado de “dores do crescimento”.

“Teria sido muito fácil para mim ter optado pela neutralidade e ter me mantido só na zona de conforto do humor, na parte das imitações. Mas a minha trajetória e tudo o que eu cultivei ao longo desse tempo falaram mais alto”, relatou André no vídeo.

Ele ainda pontou que o programa ganhou “um contorno muito politizado”, que recebia “principalmente convidados simpáticos ao atual governo”. “Eu me vi em uma posição de estabelecer o contraponto, de tentar trazer algum equilíbrio para o debate. Mas não fiz isso por mim. Fiz pela audiência e para honrar a profissão do comunicador”, declarou ele.

O humorista também defendeu o fato de ter sido alguém que trazia “equilíbrio para os debates”. “Uma coisa que eu levo daqui é que seguir as suas convicções contra a corrente predominante significa que você tem que estar disposto a enfrentar as críticas daqueles que não tem a mesma coragem de fazer isso”, disse.

André Marinho agradeceu a Emílio Surita por ter o ajudado a ser um “profissional mais tolerante e mais aberto às divergências”.

Discussão com o presidente

O humorista protagonizou uma discussão com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na estreia da Jovem Pan News como canal de televisão, no dia 27 de outubro deste ano.

Durante a entrevista com o mandatário da República, André Marinho citou preocupação com o retorno do PT ao poder e indagou ao presidente se “rachador” tem que ir para a cadeia ou não, em referência às acusações de “rachadin

“Ô, Marinho, você sabe que eu sou presidente da República. Eu respondo sobre meus atos, está ok? Então, não vou aceitar provocação tua. E você recolha-se aí ao teu jornalismo. Não vou aceitar. Senão, encerro a entrevista agora. Não vou aceitar”, retrucou o Bolsonaro.

Em seguida, o mandatário acusou o pai do humorista, o empresário Paulo Marinho, de querer ocupar o lugar de Flávio Bolsonaro no Senado. O empresário é suplente do parlamentar na Casa legislativa.

“O teu pai é o maior interessado na cadeira do Flávio Bolsonaro. Não vou discutir contigo ou acabo a entrevista agora aqui. O teu pai quer a cadeira do Flávio Bolsonaro. Eu decidi com o Flávio indicar teu pai para primeiro suplente, em confiança nele. Não tem mais conversa contigo”, pontuou o presidente, na ocasião.

Paulo Marinho foi um dos empresários que investiram na campanha presidencial de Bolsonaro em 2018. Ele rompeu com o titular do Palácio do Planalto em maio de 2020, quando revelou que o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) disse ter recebido informações privilegiadas da Polícia Federal (PF) sobre Fabrício Queiroz.ha” na família do chefe do Executivo do país. Em resposta, Bolsonaro apontou que não aceitaria “provocação” do apresentador.

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