O arcebispo do Santuário Nacional de Aparecida (SP), Dom Orlando Brandes, durante a Missa do Galo, na véspera deste Natal, 24 de dezembro, pediu uma “forcinha” do menino Jesus para que a vacinação de crianças contra a Covid-19 comece logo. 

“E menino Jesus, faça uma ‘forcinha’ para que a vacina das crianças do Brasil chegue o quanto antes. Um grande presente de Natal: a saúde de nossos filhos, crianças e netos”, declarou o arcebispo.

Dom Orlando também relembrou, em paralelo ao menino Jesus, as situações difíceis vivenciadas por crianças durante a pandemia. Ele rezou pelo fim do abuso infantil e trabalho escravo, além das crianças sem “afeto, colo e presença dos pais”.

“Nesta noite, olhando nos olhos do Menino Jesus, nós dizemos: console tantas crianças que perderam os avós, o pai e a mãe nesta pandemia. Menino Jesus, consola esses órfãos que são 14 mil no Brasil. Menino Jesus, quantas crianças vítimas da bala perdida; traga-nos a paz, Menino Jesus. Menino Jesus, em muitos países do mundo tem a criança soldado, a criança com fuzil para matar”, pediu.

Vacinação de crianças

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou o uso do imunizante contra Covid-19 da Pfizer para crianças de 5 a 11 anos. O Ministério da Saúde, porém, protela o começo da vacinação da faixa etária.

No momento, a pasta realiza uma consulta pública sobre o tema. O ministro Marcelo Queiroga afirmou que será necessária prescrição médica, ao passo que estados reagiram e disseram que não exigirão a receita.

Apesar das bravatas, a vacinação do público vai começar em 10 de janeiro, como antecipado pelo Metrópoles. A Pfizer confirmou a informação que trabalha em parceria com a pasta para fornecer os imunizantes para crianças a partir de janeiro de 2021.

Pátria amada não pode ser pátria armada

Não é a primeira vez que o arcebispo faz críticas ao momento atual do Brasil. Durante sermão na missa do Dia de Nossa Senhora Aparecida, em 12 de outubro, o religioso disse que o povo precisa abraçar as crianças, os pobres, os índios e autoridades “para construir um Brasil pátria amada”.

Sem citar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ele disse que “para ser pátria amada, não pode ser pátria armada”.

“Para ser pátria amada seja uma pátria sem ódio. Para ser pátria amada, uma República sem mentira e sem fake news. Pátria amada sem corrupção. E pátria amada com fraternidade. Todos irmãos construindo a grande família brasileira”, afirmou dom Orlando Brandes.

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