A Polícia Civil informou, nesta quinta-feira (27), que está investigando uma troca de bebês em um hospital de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. A advogada da unidade de saúde registrou no boletim de ocorrências que o exame de DNA confirmou a situação.

A delegada Bruna Coelho, responsável pelo caso, afirmou que ainda não teve acesso aos documentos. “Foi registrada uma ocorrência. Nós vamos identificar se houve a identificação correta ou não [dos bebês], se foi doloso ou culposo – toda essa circunstância criminal. Tudo indica que houve pelo erro da identificação”, disse a delegada.

Em nota, a advogada do Hospital São Silvestre, Luciana Azevedo, informou que “de fato, houve uma quebra no protocolo do hospital” e que, ao ser percebido, de imediato as duas famílias foram comunicadas. A unidade de saúde informou ainda que abriu processo administrativo para apuração dos fatos “e que já houve a suspensão de vários envolvidos” (leia nota na íntegra ao final do texto).

O advogado de uma das famílias, Eduardo Augusto, contou que os bebês nasceram no dia 29 de dezembro de 2021 e as famílias, desde então, aguardam aflitas o resultado do exame de DNA, que foi feito pelo próprio hospital, após desconfiar da troca.

“As mães estão muito desestabilizadas. Não sabemos como serão as reações das famílias. Já tem toda uma questão de apego e afeto com os bebês”, disse o advogado.

A defesa relatou ao g1 que, quando a cliente dele chegou ao quarto, após o parto, o filho dela já estava com a irmã. No entanto, minutos depois, enfermeiros e funcionários da unidade começaram a questioná-la sobre as características do pai do bebê, como cor da pele.

Horas depois, conforme o advogado, o diretor do hospital foi até a mulher e a informou que, possivelmente, haveria tido uma troca de bebês e que ela precisaria fazer um exame de DNA, que seria oferecido pela própria unidade.

Mesmo com a possibilidade de troca e, devido ao tempo que levaria para o resultado sair, o diretor do hospital informou à mãe que poderia ir para casa levando o bebê e que era para cuidar dele “como se fosse realmente o filho dela”, relatou o advogado.

Exame de DNA

O exame de DNA, segundo o advogado da família, ficou pronto na última segunda-feira (24), quando as duas famílias foram chamadas pelo hospital para que o resultado fosse entregue.

A defesa da família contou que as mães foram direcionadas para um escritório, que faz o jurídico da unidade hospitalar, mas que, ao chegarem ao local, a advogada não quis entregar os exames, “alegando que deveria ser feita uma contraprova”.

No entanto, em nota, o Hospital São Silvestre informou que o resultado do exame foi informado às famílias na última segunda feira, “todavia, devido à emoção da situação vivenciada, não foi entregue qualquer documento”.

A unidade disse ainda que uma das famílias já procurou o hospital e já foi disponibilizado o resultado do exame. “Sendo inverídica a negativa por parte do hospital de demonstrar qualquer documento ou exame realizado”.

Com isso, uma das famílias decidiu fazer um boletim de ocorrências na Polícia Civil. Contudo, quando chegou à delegacia, descobriu que o próprio hospital já havia feito o registro e que o caso já é investigado. A mãe de um dos bebês prestou depoimento na tarde desta quinta-feira (27).

Nota do hospital na íntegra

O Hospital São Silvestre informa que, de fato, houve uma quebra no protocolo do hospital no dia 29 de dezembro de 2021. A situação foi percebida quando da alta médica de uma das mães, sendo que de imediato as duas famílias foram comunicadas e foi solicitado pelo Hospital a realização de teste de DNA. As famílias se mostraram resistentes a todo momento a qualquer exame, o qual levaria quinze dias para ficar pronto (conforme determinação do laboratório responsável pelo exame).

O resultado do exame foi informado às famílias na última segunda-feira (24), todavia, devido a emoção da situação vivenciada, não foi entregue qualquer documento. Mas uma das famílias já procurou o hospital e já foi disponibilizado o resultado do exame. Sendo inverídica a negativa por parte do hospital de demonstrar qualquer documento ou exame realizado.

O hospital abriu um processo administrativo ainda no dia 1º de janeiro de 2022 para apuração dos fatos, e já houve a suspensão de vários envolvidos. Foi solicitada na quarta-feira (27), a abertura de investigação na Delegacia de Proteção a Criança e do Adolescente, para que auxiliasse o hospital na condução do caso.

Nesta quinta-feira (27), foi protocolado informação dos fatos ao Ministério Público, para que preste o mesmo auxílio.

O Hospital entende a gravidade dos fatos, e se coloca, como se colocou em todos esses dias, à disposição das famílias ao que for necessário a fim de tentarem encontrar o melhor caminho.

*Com informações de G1 Goiás

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