Centraliza, o centro de Goiânia sob um novo olhar
Uma das figuras-chave do desenvolvimento da arquitetura moderna, brasileiro Oscar Niemeyer, dizia que quando uma forma cria beleza, tem na beleza a sua justificativa.
O pensamento do arquiteto Niemeyer tem forte consonância com as ideias e ações da atual gestão municipal e, face aos desafios, a busca de ações práticas e necessárias para uma gestão pública planejada, eficiente e que atenda os anseios da população, reflexo disso é a proposta de revitalização do centro da capital goiana, Goiânia, denominada “Centraliza”.
Muitas cidades brasileiras, sem contar várias outras mundo afora, enfrentam hoje um grande desafio, a necessidade de revitalização de suas áreas centrais, com ações/programas/políticas relacionadas ao seu repovoamento e desenvolvimento.
Normalmente nesses locais concentram-se um significativo patrimônio histórico, atividade econômica com as empresas e suas ofertas de empregos (geração de renda e/ou receita e movimentação da economia local), sem contar diversos locais para a realização de eventos culturais, lazer, esportivos e turismo.
Quanto ao patrimônio histórico, em especial na área central, um dos estilos artísticos que surgiu na década de 20 na Europa, a Art Déco, ligado a ascensão dos artistas decorativos que até o final do século XIX eram considerados simplesmente artesãos, foi uma das inspirações de Attílio Corrêa Lima, engenheiro-arquiteto, urbanista e paisagista brasileiro, enquanto traçava e desenhava o projeto arquitetônico da nova capital goiana.
Em termos de representatividade do estilo arquitetônico Art Déco, Goiânia é a segunda cidade mundial representativa do estilo, inclusive destaque no jornal americano The New York Times, sob o olhar de Simon Romero, seu correspondente que se mostrou surpreendido pelo que viu na capital goiana: “uma jóia escondida no coração do país, no meio do cinturão de fazendas do Brasil”, ou seja, o programa Centraliza incentivará à manutenção da arquitetura Art Déco; também, a revitalização e valorização de locais históricos, a exemplo do Bosque dos Buritis e Mercados Populares.
Quanto à atividade econômica, um levantamento da Secretaria Municipal de Finanças (SEFIN) mostrou que um número considerável de empresas fecharam suas portas a partir de 2021 na localidade e, há um novo olhar na tentativa de manutenção das empresas que ali ainda estão instaladas e, em atividade, bem como o estímulo a novos empreendimentos na região contemplada pelo programa.
Diversas ações contempladas no projeto merecem destaque: prioridade para pedestres (pedestrianização), ampliação da área azul, criação e revitalização de ciclovias e ciclofaixas, desoneração de tributos (benefícios fiscais para proprietários de estacionamentos, imóveis comerciais que readequarem as fachadas, imóveis residências novos ou requalificados e imóveis comerciais com potencialidades econômicas), visando à dinamização da economia local, novos abrigos em pontos de ônibus, recapeamento asfáltico e das calçadas, substituição do parque luminotécnico, retirada de fios irregulares (Programa Cidade Segura), investimentos em segurança pública e rearborização (Reaboriza Goiânia).
Todo o processo conta com a participação de várias secretarias do município, apoio de associações, grupos de empreendedores, Fórum Empresarial e setor produtivo.
Precisamos sempre planejar ações que preparem nossas cidades para o futuro e desenvolvimento; porém, sem nunca deixar que o passar do tempo, crises e circunstâncias diversas apaguem a nossa história, nossos costumes, ideais, negócios e economia; enfim, nossa raiz e identidade goianiense.
Centraliza, um centro vivo para todos!
Álen R. de Oliveira é economista