Um casal foi preso suspeito de se passar por pais de uma bebê para registrá-la em cartório de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. De acordo com a delegada Bruna Coelho, a mulher foi à Maternidade Marlene Teixeira como acompanhante da grávida e as duas trocaram os documentos de identidade, se passando uma pela outra.

“A acompanhante se passou pelo nome da grávida e a grávida se passou pelo nome da acompanhante, porque o documento do nascido vivo que o hospital emite já ia sair no nome de quem queria registrar [a mulher presa]. A mulher presa pegou esse documento junto com o marido dela e foi registrar. A grávida informou que não sabia e não deu autorização’, explicou.

O casal não teve a identidade divulgada, por isso, não foi possível localizar a defesa até a última atualização desta reportagem.

Em nota, a Secretaria de Saúde de Aparecida informou que a mulher chegou à unidade já em trabalho de parto e sem os documentos pessoais. A maternidade completou que, pós o parto, a equipe médica percebeu divergências nas informações prestadas pela paciente e por sua acompanhante e acionou a polícia.

O casal foi preso na última segunda-feira (23), mas a bebê nasceu no domingo (20). A delegada explicou que a mãe foi ouvida como testemunha, porque o crime do flagrante foi o uso de documentos falsos para o registro da menina.

“O crime da mãe seria entregar a criança mediante uma vantagem, econômica ou qualquer uma vantagem, que vai ser apurado. A polícia vai investigar se houve o objetivo de a mãe ter uma vantagem nessa entrega ou se ela só queria entregar para a adoção”, disse.

Maternidade Marlene Teixeira em Aparecida de Goiânia — Foto: Reprodução/Google Maps

Segundo a delegada, a polícia vai apurar qual foi o tipo de transação feita com essa criança e se ela recebeu algum benefício para registrar a criança no cartório. “A mãe disse que estava na tentativa de adotar, mas a gente vai apurar”, mencionou.

Bruna Coelho explicou que a recém-nascida foi encaminhada para o Conselho Tutelar e vai ficar em um abrigo até o juiz decidir se a mãe tem condições de ter a guarda.

“Parece que ela está tendo problemas e diz que não quer a criança. Apesar de ter falado que se arrependeu, em um primeiro momento a bebê vai para um abrigo”, finalizou.

Se condenado, o casal pode responder por registrar o filho de outra pessoa como seu no cartório, com pena de até 6 anos, e falsidade ideológica, com pena de até 5 anos. Além disso, se confirmado que a mãe foi beneficiada com a entrega da bebê, tanto ela quanto o casal, podem ter pena de até 4 anos, segundo a delegada.

*com informações de G1

Leia também: Profissionais de saúde do Hugo denunciam atraso de salário, falta de UTIs e más condições de trabalho