Acusados do assassinato de Valério Luiz vão a julgamento

Depois de ser adiado três vezes, o júri popular que vai julgar os cinco acusados do assassinato do radialista Valério Luiz deve acontecer nesta segunda-feira (13), em Goiânia. O crime aconteceu há quase 10 anos, em julho de 2012.
Valério Luiz foi morto a tiros, aos 49 anos, quando saía da rádio em que trabalhava. Segundo a denúncia feita pelo Ministério Público, à época, o assassinato foi motivado pelas críticas constantes de Valério Luiz à diretoria do Atlético Goianiense, da qual Maurício Sampaio, um dos réus, era vice-diretor. Atualmente, ele é vice-presidente do Conselho de Administração.
O juiz Lourival Machado vai presidir o julgamento, que deve contar com 30 testemunhas e pode durar três dias. O julgamento foi adiado pela primeira vez em junho de 2020, quando foi marcado pelo juiz Lourival Machado, mas desmarcado por causa da pandemia do coronavírus.
Depois, o magistrado remarcou o júri para 14 de março deste ano. Ele não aconteceu porque o advogado de Maurício Sampaio deixou a defesa em cima da hora.

O terceiro adiamento aconteceu em 2 de maio deste ano. Desta vez, os advogados de Maurício Sampaio abandonaram o plenário alegando que o juiz Lourival Machado não era imparcial para presidir a sessão (entenda o caso).
Os cinco acusados do crime são:
- Maurício Sampaio, apontado como mandante;
- Urbano de Carvalho Malta, acusado de contratar o policial militar Ademá Figueiredo para cometer o homicídio contra o radialista;
- Ademá Figueiredo Aguiar Filho, apontado como autor dos disparos que mataram Valério;
- Marcus Vinícius Pereira Xavier, que teria ajudado os demais a planejar o homicídio do radialista;
- Djalma Gomes da Silva, que teria ajudado no planejamento do assassinato e também atrapalhado as investigações.
O que diz a defesa:
- Maurício Sampaio: o advogado Luiz Carlos da Silva Neto, que representa Maurício Sampaio, alegou em 2 de maio deste ano, quando o julgamento foi remarcado por ele abandonar o plenário, que o juiz tem inimizades com o réu, tendo ligação com um escritório que processou o acusado em uma causa.
- Urbano, Ademá e Djalma: o advogado Thales Jayme disse que espera que o julgamento aconteça sem mais adiamentos. “Queremos que esse caso seja julgado. O processo é relativamente bom para a defesa, a falta de provas é gritante”, afirmou.
- Marcus Vinícius: o advogado Rubens Alvarenga Dias disse que não vai comentar o caso.

Investigação
A Polícia Civil concluiu, em fevereiro de 2013, que cinco pessoas participaram do crime. O inquérito possui mais de 500 páginas e mais um volume com provas técnicas contra os suspeitos.
O Ministério Público denunciou Maurício Sampaio como mandante do crime. O documento destacava que os comentários feitos por Valério Luiz geraram entre Sampaio e o radialista “acirrada animosidade e ressentimento” por parte do acusado.
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*Com informações de G1