Musa do ‘Caldeirão’ alertou não estar bem antes de morrer
A passista Michelle Mibow, encontrada morta na segunda-feira (7), alertou uma amiga que não estava se sentindo bem através de mensagens de WhatsApp. Michelle, que tinha 40 anos, era destaque de várias escolas do carnaval paulista e foi finalista de um concurso de musas do ‘Caldeirão do Huck’.
O assistente de transporte Felipe da Costa Chaga, irmão de Michelle, confirmou as informações. Segundo ele, a passista foi vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico. Chaga conta que, há quatro meses, Michelle convivia com sintomas de labirintite e enjoos frequentes.
“A minha irmã estava com sintomas de labirintite e com muitos enjoos. Nos últimos meses, ela estava tentando entender os sintomas que estava sentindo e passou por uma série de exames. Mesmo assim, a Michelle ainda não estava com um diagnóstico fechado”, afirma Chaga.
Uma amiga da passista publicou em uma rede social um print de uma conversa entre as duas pouco antes do AVC. Na mensagem, Michelle afirmou que estava ‘quietinha’ porque estava ‘dodói’ com ‘uma labirintite gigante'”.
Segundo apurado pela reportagem, o noivo dela, Sergio Vieira, que é bombeiro, chegou em casa e encontrou Michelle caída no chão. Ele tentou reanimá-la, mas a tentativa não teve êxito, e a passista acabou morrendo.
Sérgio disse ter ficado comovido com o apoio que vem recebendo de amigos, familiares e, também, de toda comunidade do carnaval. “A Michelle será sempre o amor da minha vida. Ela merece todas essas homenagens que está recebendo. Ela trouxe o sorriso para a minha vida. Eu amo muito a Michelle e vou amar para sempre”, desabafou.
O neurocirurgião João Luís Cabral Júnior explicou que o AVC isquêmico é a falta de circulação de sangue no cérebro. “Quando que para de chegar sangue em algum segmento no cérebro? Quando tem alguma obstrução de algum vaso por uma trombose, algum coágulo que desprende de algum lugar, como se fosse uma embolia”.
Já o AVC hemorrágico é quando um vaso, veias ou artérias se rompem. “Podem se romper por um pico hipertensivo ou por uma fragilidade da parede vascular, aí rompe e faz a hemorragia no parênquima cerebral”.
Segundo o neurologista, o AVC isquêmico pode começar causando sintomas como tonturas, de alteração na coordenação motora e diminuição da força em algum dos lados do corpo. Já o AVC hemorrágico é mais agudo e quando há a hemorragia, o paciente desmaia, convulsiona e pode entrar em coma.
Para o especialista, 40 anos é uma idade frequente para AVC isquêmico. “É uma idade que, geralmente, a mulher que usa anticoncepcional, fumante, alguns costumes como álcool, faz com que ocorra uma fragilidade vascular e o vaso pode ocluir, pode obstruir causando uma isquemia”.
Na faixa etária de Michelle, o neurologista afirmou que é mais frequente a ocorrência de AVC isquêmico por trombose venosa. “Um fato interessante que estamos aprendendo de um ano para cá é que aumentaram o número dos AVC’s isquêmicos, mais em mulheres do que homens, e coincidentemente após a Covid-19”.
O velório de Michelle Mibow ocorreu na terça-feira (8), na Santa Casa de Santos. O sepultamento foi na quarta-feira (9), às 8h, no Cemitério Areia Branca. As cerimônias foram abertas para amigos, familiares e também para os fãs do trabalho de Michelle.
*Com informações de g1
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