Ex-candidato à prefeitura de Cristianópolis e funcionário do Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCM) cometeu suposto ato de xenofobia em mensagens enviadas em um grupo de WhatsApp na segunda-feira (3). No conteúdo, Rodrigo Achcar se referiu aos nordestinos com xingamentos e afirmou que deveriam voltar para a região onde nasceram.

Xenofobia é uma expressão que faz referência ao ódio, receio, hostilidade e rejeição em relação aos estrangeiros ou pessoas de outras regiões do país. A palavra também é frequentemente utilizada como a fobia em relação a grupos étnicos diferentes ou face a pessoas cuja caracterização social, cultural e política se desconhece.

Achcar enviou as mensagens depreciando o posicionamento político desta parcela da população: “Povo sem massa pensante”. Na região Nordeste, o ex-presidente e atual candidato à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), teve maioria de votos em todos os estados, de acordo com gráficos divulgados pelo jornal Nexo. A região deu 12,9 milhões de votos de vantagem ao petista em relação a Bolsonaro.

No primeiro turno, Lula ficou com 66,7% dos votos da região Nordeste contra 27% de Bolsonaro.

Em consequência deste resultado, eleitores de Jair Bolsonaro (PL) praticaram xenofobia contra nordestinos pelas redes sociais após o resultado da apuração de votos do domingo (2). Entre as declarações feitas, diziam que os moradores do Nordeste do país querem transformar o Brasil “em uma nova Cuba”, usando o termo “Cuba do sul” para se referirem à região.

O comentarista político Rodrigo Constantino, por exemplo, escreveu em seu Twitter: “Temos uma conclusão clara: a parte do país que mais recebe assistencialismo decide pela parte do país que mais produz para o PIB”, se referindo ao Nordeste e ao Sudeste, respectivamente.

Após repercussões negativas, ele foi até as redes sociais pessoais para se desculpar. O Goiás Notícia entrou em contato com o funcionário do TCM, que não quis se pronunciar. Em suas redes sociais, Rodrigo Achcar pediu desculpas pelo ocorrido. “Vi que as coisas que escrevi não representa (sic) o que sinto dentro do meu coração. Escrevi coisas sem pensar na hora da raiva”.

Contatado pelo email, o TCM também não se pronunciou até o fechamento desta reportagem sobre o posicionamento do órgão e as medidas tomadas.

Xenofobia é considerada crime no Brasil desde 1997, com possibilidade de prisão de até três anos e multa por “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”.

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*Com informações de g1