O médico acusado de humilhar e violentar gestantes, Américo Lúcio Neto, responde por nove processos na Justiça. Destes, ao menos cinco são movidos por mulheres que o acusam de violência obstétrica. Em alguns casos, os bebês morreram após parto feito por ele.

Dos casos denunciados, todos envolvem sequelas por erros médicos e negligência. Humilhações são relatadas por mulheres, que afirmam terem sido chamadas de “boi” e ouvido que mulher gorda não deveriam engravidar porque “só dá trabalho”.

A partir dos relatos, afastamento de Américo Lúcio Neto foi providenciado no hospital onde trabalhava. O obstetra ainda é investigado em três inquéritos da Polícia Civil.

Em um dos processos consta laudo médico do Instituto Médico Legal (IML) no qual são apontados hematomas em recém-nascido morto no parto. Segundo a defesa, teriam sido causados pela brutalidade de Américo ao retirá-lo da barriga.

De acordo com relatos, uma trabalhadora doméstica que na época tinha 31 anos afirma que Américo disse a ela que “velha não podia ter filho e que ia perder mesmo”. De acordo com relato, o médico tinha costume de tratá-la mal durante atendimento.

Apesar de ter dado certo o parto, o tratamento recebido pelo médico durante a gravidez e o parto fizeram com que ela entrasse em depressão.

“Tomei trauma. Fico em casa, não tenho vontade de sair. Quase fiz besteira comigo porque eu fiquei tão deprimida, tão enojada de mim, de olhar no espelho e lembrar de tudo que ele falou”, desabafa.

A defesa de uma das mulheres pede ressarcimento de R$200 mil ao médico acusado pelos danos psicológicos e físicos causados.

Leia também: Médico afastado por violência e erros médicos é denunciado por outras pacientes

* Com informações de O Popular