Goiânia é a cidade brasileira com maior número de registros de casos de dengue, o período chuvoso contribuiu para o aumento de casos da doença, mas é preciso ficar atento aos focos de água parada, pois a prevenção é o meio mais eficaz de acabar com o mosquito Aedes Aegypti. A cidade de Goiânia lidera o ranking nacional, com 21 mil casos de dengue.

De acordo com o boletim “Monitoramento dos casos de arboviroses até a semana epidemiológica de 2022”, divulgado nesta semana pelo Ministério da Saúde, a capital goiana, contabilizou 15.020 registros e tem uma taxa de incidência de 874,8 casos a cada 100 mil habitantes. Já no primeiro trimestre de 2022, foram registrados 54.081 casos, um aumento de 360% de casos em comparação ao mesmo período do ano passado.

No bairro Chácara do Governador o número de pessoas com relatos de dengue era alto. Filas de espera para atendimento era enorme. Quem relata o drama desta epidemia de dengue em Goiânia é o casal Jessica Silva e Gabriel Silva, que estava de saída da UPA quando nossa reportagem chegou. Eles ficaram doentes basicamente ao mesmo tempo, ela teve dengue no início do mês de março, logo após o carnaval, “eu nem me lembrava mais da dengue, tão preocupada com a pandemia da Covid-19, quando o médico me falou que possivelmente era dengue, me assustei”, Jessica relatou ainda, “tive calafrios, me sentia fraca, tive que fazer muito repouso, foram 6 dias bem difíceis”.

Já Gabriel estava com suspeita de chikungunya, como a esposa estava tratando a dengue, ele também continuou com o tratamento em casa, mas seu quadro piorou e buscou atendimento na unidade de saúde mais próxima,“estava bem fraco, chegamos aqui na UPA, demorei para ser atendido, mas não tinha outra opção, então esperamos cerca de 4hs, fui medicado e encaminhado para casa” relatou Gabriel.

Após relatos do casal, Jessica fez um pedido para prefeitura e os goianienses, “prefeito, não deixe nossa cidade abandonada sem cuidado e atendimento médico favor. A população pode ajudar cuidando dos seus quintais, verifiquem se não tem água parada em qualquer recipiente, já passamos por tanta coisa com a pandemia, não podemos sofrer com um surto de dengue agora”.

O Aedes Aegypti, que também é responsável por transmitir além da dengue, outras duas principais doenças, a Zika e a chikungunya. Então vamos cuidar para que essa epidemia não faça mais vítimas, lembre-se de cuidar do seu quintal, do seu apartamento, do condomínio onde você mora e da também da sua vizinhança em geral.

Buscamos uma resposta da Prefeitura para saber quais os cuidados já estão sendo tomados para que essa epidemia não se torne algo muito mais grave. Que respondeu com a seguinte nota:

“Considerando a Dengue como a arbovirose de maior relevância, bem o rápido aumento de casos prováveis da doença em Goiânia, a Diretoria de Vigilância em Zoonoses, através da Gerência de Controle de Vetores tem atuado em diversas frentes de ações com o objetivo de interromper a transmissão da doença, eliminando criadouros e formas imaturas do mosquito Aedes aegypti, bem como buscando orientar a população quanto às formas de se prevenir a ocorrência de focos do deste vetor em seus imóveis.”

A Prefeitura vem fazendo várias ações para diminuir o surto de dengue e outras doenças transmitidas pelo mosquito em toda a capital. Sendo elas visitas domiciliares para orientar a população sobre as formas de cuidados e prevenção. E com a abertura de casas abandonadas ou espaços desativados e até o momento 116 imóveis, com focos encontrados em 57,7% deste total.

Além destas atividades, complementarmente são realizadas o retorno a residências que ficaram com pendência, ou seja, a equipe volta aos sábados para realizar a vistoria nos imóveis que ficaram fechados durante a semana. Palestras e vistorias nos canteiros de obras em parceria com SECONCI.

Também foram instalação de 334 ovitrampas (armadilhas para coleta de ovos do mosquito) distribuídas em 22 bairros de Goiânia.

A população também pode participar fazendo denúncias podem ser feitas via telefone (62/3524-1530) ou pelo aplicativo Prefeitura 24hs. Já foram recebidas cerca de 1816 denúncias até esta quinta-feira, 24 de março.

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